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"Tudo o que vemos esconde uma outra coisa, e nós sempre queremos ver o que está escondido."

Atualizado: 9 de set. de 2021


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Observar o tempo de forma linear interfere naturalmente nas nossas ações, na produção de design não seria diferente, ainda hoje percebemos nossas ações de forma planificada, onde finalizamos etapas no presente, esboçamos as do futuro e adquirimos conhecimento com as do passado.

Dentro dos processos de design a prototipagem tem como papel a de conclusão e avaliação das tomadas de decisões feitas até o momento, um degrau que antecede o fechamento, porém esta ação pode ser reinterpretada ou ressignificada.

Podemos assim observar a prototipagem de formas variadas, mas talvez o ponto de contato entre essas observações seja a transformação, a prototipagem tem a capacidade de transformar elementos para a criação de novos elementos, e transformar também quem conduz essa transformação, assim então a prototipagem pode se estabelecer muito mais como um processo sócio-material mutativo do que um agente de validação de etapas, como visto anteriormente.

“Uma máquina é, portanto, um dispositivo de enganação como por exemplo a alavanca, que engana a gravidade, e a “mecânica”, por sua vez é uma estratégia que disfarça os corpos pesados (Flusser V. P. 180) Não é difícil observar a prototipagem como uma experimentação do futuro, essa ótica tende a ser redutiva, pois se baseia em uma espécie de adivinhação que desconsidera os fatores e indicativos postos no presente, e o conhecimento adquirido no passado.

A prototipagem pode se estabelecer ainda como uma máquina de enganar a movimentação linear do tempo como escreveu Flusser, um artefato que tem a capacidade de experimentar o futuro no presente, implementando os conhecimentos do passado, e com esse exercício modifica tanto presente quanto futuro em um movimento cíclico e continuo.

É possível definir o exercício da prototipagem como um olhar para o tempo/espaço com um certo tipo de distanciamento, conseguindo assim uma maior profundidade, que se faz necessária para compreender melhor como agir, independentemente do tempo/espaço que o condutor da prototipagem esteja.

Essas movimentações de antecipação do tempo geralmente se colocam como abstratas e amorfas, cabe aqui observar a prototipagem como um agente de modelagem desse movimento ambivalente. Tornando esse movimento tátil e facilitando a comunicação entre pessoas.

Não cabe aqui avaliar se este é o melhor processo de prototipagem a ser feito, ou se devemos desconsiderar a prototipagem como etapa de validação, mas cabe salientar que tudo que vemos esconde um outro prisma e a barreira que se faz presente entre eles é o tempo, cabe a nós interpretar qual realidade observar. Ou como descreveu Magritte “Tudo o que vemos esconde uma outra coisa, e nós sempre queremos ver o que está escondido. ” O futuro está escondido pelo tempo.

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