Ethos de Cuidado

Maria Puig de la Bellacasa (2010) pretende encorajar um ethos de cuidado e esclarece que se envolver com o cuidado requer um compromisso especulativo com coisas negligenciadas.

Bellacasa esclarece: “A 'ética' em uma ética do cuidado não pode ser sobreum reino de obrigações morais normativas, mas sobre envolvimento denso, em um mundo onde a questão de como cuidar precisa ser colocada”.

O cuidado como ethos, é uma forma de ser, de estar com os outros, num contexto de múltiplas interações, que não tem só uma direção, um sentido, mas se constitui numa via de “mão dupla”, flui em ambos sentidos com reciprocidade.

O cuidado se manifesta constituído de vivências, que se intercalam e formam redes interconectadas. Descentraliza o constante e visível e traz para o núcleo o que estava na borda, o que era invisível e promove relações que são particulares e coletivas, numa simbiose, onde o eu e o outro se encontram e se redefinem como unidade.

O exercício do cuidar transforma e afeta os vínculos alavancando o engajamento e a solidariedade promovendo de forma original e única o futuro.

Clarissa Coelho

Protótipo 03

Gerar uma vida é um projeto, um sonho, representa a preservação e o futuro da humanidade, para quem viveu esta experiência não há nada mais importante, dinamiza o self, deixa-se de ser EU, para ser PAI e/ou MÃE.

Na vida intrauterina se forma um ser protegido pelo organismo materno.

Esse ser, nasce e inicia a interação com o mundo externo.

A família promove e acompanha o desenvolvimento desse humano, as interações e cuidados propiciam um vínculo de afeto e segurança.

Para os pais o bem-estar dos filhos é o objetivo principal da vida.

Nas interações internas e externas, essa criança avança, se desenvolve e se torna mulher!

Os conectomas formados, ramificados e entrelaçados, a partir das experiências individuais, a fazem um ser único, que carrega suas vivências e as marcas da sua família e cultura.

As relações se expandem: amigos, vizinhos, colegas, professores...

A mulher se liberta para o mundo!

Sintoma cultural: a banalização da violência relacionada às tentativas de abuso sexual em contextos públicos.

Aumento de 70% de denúncias, após a campanha.

Bibliografia:

Puig de la Bellacasa, M. (2011). Matters of care in technoscience: Assembling neglected things. Social Studies of Science, 41(1), 85–106.