Somos sujeito e objeto. Somos atores sociais.
- Veridiana Sonego
- 9 de set. de 2021
- 2 min de leitura
Técnico, social. Material, imaterial. Máquinas, sistemas. Tecnologia, rede. Produto, experiência.
Afinal o que é sociedade? O que é o social? É um contexto humano somente? Uma rede interdependente e conectada onde cada ponto tem ligação e interferência nos demais?
O protótipo (desenho, aquarela, colagem) foi criado sobre a reflexão de que somos rede, conectados, somos elo, somos ligação. Somos atores (vilões?), somos sujeito e também objeto. Somos parte ativa, mas também invisível. Pontualizamos e somos pontualizados.
Pontualização segundo Law (1992, p.384) citado por Meyer (2018) acontece "sempre que uma rede age como um único bloco, então ela desaparece, sendo substituída pela própria ação e pelo autor, aparentemente único desta ação”. Esta reflexão é aplicada a artefatos e objetos, porém poderia facilmente ser aplicada a pessoas em uma rede que, dentro de suas atribuições, desaparecem no cumprimento de suas funções.
Então, qual a diferença dos artefatos e dos humanos como atores sociais em uma rede?
Como parte de uma rede, os artefatos são agentes ativos na transformação das relações e na composição de aprendizado entre as partes de um todo.
O STS, Science and Technological Studies, traz a reflexão da rede formada por atores de natureza diversa, que se relacionam e influenciam a ação e evolução de seus participantes.
Neste contexto, o designer cria e é criado pelo seu experimento, pelo seu protótipo. Promove experimentações coletivas e aprende, gera sentido, desestabiliza ou gera catarse através de seus protótipos. E evolui com eles.
O objeto em si não é o propósito principal e sim o processo e as reflexões geradas. O designer é afetado pelo artefato e vice-versa. São atores sociais diferentes e controversos que geram campo de tensão para a criação de futuro. O espaço é o futuro, seja ele desejável ou não. O designer cria, antecipa, projeta e transforma.
Protótipo com base em reflexões sobre o texto: Meyer, G. Experimentação como Espaço Ambivalente de Antecipação e Proposição de Controvérsias. Revista Estudos em Design. Rio de Janeiro: v.26, n.1, p. 29-47, 2018.

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