REFLEXÃO ANGULAR

Para o protótipo do segundo texto eu já estava mais seguro, entendendo que se fazia necessário deixar fluir o que chegava à medida que eu fazia a leitura. Embora eu estivesse melhor habituado à dinâmica do exercício, a leitura me pareceu profunda, o texto trata sobre existência, realidade. A profundidade do texto se apresentou a partir do que se propõe: Ele aborda ontologia, estudo, segundo o aristotelismo, parte da filosofia que tem por objeto o estudo das propriedades mais gerais do ser, apartada da infinidade de determinações que, ao qualificá-lo particularmente, ocultam sua natureza plena e integral.

O segundo texto me remeteu ao primeiro e tudo que eu conseguia pensar era em um grande processo de reflexão. O texto parece chamar para uma reflexão interna, uma reflexão individual. Assim como no primeiro texto fiquei pensando que o artefato, pelo menos na minha cabeça, era mais subjetivo e que desta vez seria difícil materializado. Como materializar questões tão “complexas”? (que no meu entendimento eram mais subjetivas do que físicas).

Foi então que eu pensei em um artefato que pudesse refletir essa constante busca que temos por identidades, aprovações, perfeições no que fazemos e enquadramentos que nos colocamos fugindo, muitas vezes, da nossa natureza. Quem sou eu? Quem somos? Como fazer design? Como criar um artefato “questionador de pessoas”?

O texto aborda questões que dizem respeito ao reflexo: o princípio de que se construirmos algo (ferramentas, experiências, espaços…) “esse algo” tem o poder de nos influenciar ou moldar de voltar.

Na proposta inicial o protótipo tinha cinco bonecos iguais (personagem Senhor Incrível da animação "Os Incríveis")para representar o homem e seu processo de reflexão angular. Na versão final os bonecos dão espaço ao que o próprio artefato reflete ao ser posicionado em determinado lugar.

Willis, A.-M. (2006). Ontological Designing: laying the ground. Design Philosophy Papers, 4 VN-re (2), 80–98.