Matrioskas/Babuska

Dependendo do contexto (região/cultura), são denominadas de uma ou outra forma. Matrioskas é o nome mais comumente utilizado, mas em interações mais afetivas, são nomeadas Babuskas - avó em Russo.

As tradicionais bonecas russas são feitas de uma madeira mais flexível de dentro para fora (para serem moldadas) - da boneca menor para a maior, mas depois são pintadas todas iguais. Porém, no final dos anos 1980 o contexto político afetou as bonecas e por um tempo as pinturas mais utilizadas eram dos líderes políticos nas bonecas - todas diferenciadas.

Empilhadas (uma dentro da outra) são matrioskas; alinhadas lado a lado, são matrioskas; uma, duas, três ou quatro, ou mais... são matrioskas. Mas podem ser babuskas, se relevante ao contexto e independente de suas posições - não há briefing, é ontológico.

Não responde à uma solução pronta, é cíclico, é parte do processo.

Assim como nos projetos de design, a agentividade daquele que o exerce "tem uma influência sobre" (Willis, 2006). Os projetos são de mesma ordem, mas projetados de forma diferente, a partir de diferentes experiências que causa impermanência. Ontologicamente, designers são atores, fazem parte do processo - influenciam e são influenciados; por vezes são moldados pelo meio que nos permeia (acabam fazendo muitas coisas porque todo mundo faz) e então construem algo, sem habitar. Nos resta saber se o habitar é contextualizado... Será que, de acordo com o ambiente que estamos, no corpo que construímos habitam diferentes pessoas, e ainda assim, continuamos sendo? Como as matrioskas... ou... babuskas!?

Referências:

Willis, A. -M (2006). Ontological designing:laying the ground. Design Philosophy papers, 4VN-re(2), 80-98.