"Quem" é objeto de "quem"? Teias do Design

Protótipo 2

Como as coisas são projetadas e como após elas nos projetam é uma reflexão que diz respeito ao design ontológico. Criações podem ser verdadeiras armadilhas se não forem bem utilizadas ou se de alguma forma elas começarem a preencher espaços demais. Um objeto pouco utilizado pode ser algo mal projetado mas algo utilizado em excesso talvez também seja.

Ao pensar sobre o texto me veio uma reflexão a respeito dos dispositivos móveis que hoje cada vez mais fazem parte de nossas vidas. Talvez sem eles não tivêssesmos transposto algumas barreiras durante a pandemia. Talvez as pessoas, idosas, que foram obrigada a se isolarem de forma muito mais radical, se sentissem mais tristes do que se sentiram.

O telefone inventado em torno de 1875 foi uma revolução, no que diz respeito aos meios de comunicação. Aproximou as pessoas e agilizou a comunicação entre pontos distantes.

Antes um objeto que pertencia a elite, pois era caro, um símbolo de status. Nas decadas de 80, quem na vizinhança o possuia era uma referência na rua. Havia o famoso telefone para recados.

Pouco tempo depois, todos conseguem ter acesso, o telefone móvel então possibilitou que uma pessoa fosse encontrada onde estivesse.

A cultura do celular está enraizada na sociedade, muitas pessoas, vivem em função dele. Muito mais do que um objeto de comunicação, para emergências, hoje, além de sua função original é utilizado para a troca de banalidades. Com frequência assistimos em um restaurante, pessoas a mesa, interagindo com o celular ao invés de conviverem com intensidade

O protótipo então faz alguns questionamentos e reflexões...

Mas será que usamos adequadamente esse objeto? Nós o dominamos ou ele nos domina? Quem é objeto de quem? Estamos presos numa teia, que nós mesmos contruímos? Projetamos uma armadilha? Será ele uma espécie de Matrix ?

Autor : Marcos Eduardo Engelmann