Primeiro protótipo: uma realidade possível?

Na disciplina de Experimentação em Design Estratégico foi indicado a leitura do artigo: “A Experimentação como Espaço Ambivalente de Antecipação e Proposição de Controvérsias”, o professor e autor, Guilherme Meyer, dentre as orientações apresentou a proposta de ler e, concomitantemente, elaborar um protótipo conforme interpretação e interação com o texto. O desafio e a satisfação de elaborar o primeiro protótipo se concretizaram.

Frente a trajetória do entendimento de artefato e vivências pessoais ocorre identificação com a segunda abordagem, o artefato como um articulador social, que promove a criticidade e a mudança, é dinâmico e complexo. Imediatamente, a realidade escolar brasileira brota como um contexto, que urge por transformação.

Inicialmente, há foco no estudante, porém, em seguida, se descarta e elege-se o professor, pois é quem promove e media o conhecimento.

A prototipagem busca alinhar: neurociência, processos cognitivos e metodológicos para acelerar e concretizar mudanças. Em etapas de co-design, cria-se o primeiro produto, um adesivo, que promove a absorção de substâncias, que “estimulam” neurotransmissores e potencializam a realização de sinapses sem efeitos colaterais. O adesivo apresenta três camadas: (1) aumenta a mielinização, a velocidade de realização de sinapses; (2) estimula o lado direito do cérebro (criatividade) e impulsiona trocas ágeis do corpo caloso com o lado esquerdo (lógico); (3) promove a ativação do sistema dopaminérgico, proporcionando satisfação com a vida e criando memórias de valência positiva.

A liberação das substâncias se dará por etapas, a partir da ativação consciente do professor e através de uma sequência de experiências e trocas entre colegas e com os estudantes. As vivências serão: (1) leitura e estudo de temas que fundamentam a construção do conhecimento (conceitos e habilidades) de forma efetiva, crítica e emancipadora; (2) análise e debate com colegas e estudantes reformulando o currículo; (3) autoria de atividades criativas e significativas tendo o estudante como protagonista.

Os artefatos (produto e dinâmicas) irão propiciar conexões internas e interações externas, que de forma coletiva e em processos relativamente instáveis, construirão significados e influenciarão os modos de ação e o fluxo das múltiplas relações.

Pessoalmente, há o desejo de estabilidade e de convergência, mas o artigo esclarece que nestes processos ocorrerá: espaços de negociação, interação, intersecção, indeterminados, imprevisíveis, controversos, livres e abertos.

Clarissa Coelho

Bibliografia:

Meyer, G. A Experimentação como Espaço Ambivalente de Antecipação e Proposição de Controvérsias. Revista Estudos em Design. Rio de Janeiro: v.26/n.1, p. 29–47. 2018.