Limpeza e conexões

Nesse protótipo, tomei como ponto de partida o seguinte trecho: "we design our world, while our world acts back on us and designs us." - Ontological Designing — laying the ground.

Comecei a refletir sobre objetos do nosso cotidiano que, de alguma forma, tiveram suas funcionalidades originais evoluídas a partir do uso das pessoas. Lembrei do caso das esponjas de aço Bombril que tiveram sua gama de usos amplificada de forma massiva, inclusive incorporando essa mentalidade em seu slogan "mil e uma utilidades".

Ao refletir sobre os impactos desses novos usos, me recordei de minha avó, moradora de uma pequena cidade do interior do estado chamada Jaquirana. Por muitos anos, a conexão com grandes metrópoles era rudimentar e o Bombril era utilizado como instrumento de amplificação de sinal para antenas de rádio e tv.

Quando desenhamos algo para o mundo e o mundo nos desenha de volta, é nisso que eu penso. Quando a empresa desenha uma esponja de aço que visa facilitar a limpeza doméstica, ela não prevê que seu objeto servirá como ponte de conexão entre uma pequena cidade à grandes metrópoles. Porém, quando o usuário devolve a empresa um uso diferente do original, o produto se transforma. A partir de agora ele incorpora novos sentidos e passa a fazer parte de um âmbito maior.