CONEXÃO E RESITÊNCIA
- jumafa17
- 25 de abr. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 2 de mai. de 2024

Entrar em contato com o texto de Puing de la Bellacasa e as ideias de Bruno Latour foi um processo denso e desafiador. Precisei recorrer à pesquisas complementares e dedicar mais horas de estudo até integrar as ideias do Artigo.
O segundo processo, ainda mais denso, foi encontrar (ou seria criar) o protótipo.
Iniciei olhando para os itens da casa, nada me interessou. Então, comecei a dialogar com a Inteligência Artificial, e perguntei se ela poderia fazer um checklist sobre os cuidados éticos e de cuidado que devemos ter ao criar artefatos sociotécnicos.
Ela prontamente respondeu. Como é interessante esse processo de dialogar com uma máquina de linguagem generativa, ela se adapta até certo ponto e eu quase a agradeci ao final, será que eu deveria manter o hábito de agradecer, mesmo para uma máquina? Será que ao deixar de agradecer por saber ser uma máquina eu posso perder o hábito e me tornar menos cuidadosa na vida?
Em todo esse processo lembrei do filme “Her” onde um homem se apaixona por um chatbot; do filme “Aquarius” onde uma mulher sozinha luta contra o voraz mercado imobiliário e da série distópica “Black Mirror” e todos eles faziam a mesma denúncia do artigo: É preciso ter ética, cuidado e responsabilidade com o que criamos no mundo.
Voltando ao protótipo. Dormi e deixei as ideias ventilarem. No outro dia, ao levar minha filha na escola, a ideia veio.
A minha filha estuda em uma escola comunitária, no meio da cidade grande. Nessa escola não há direção, nem mensalidade fixa. Lá a gestão é feita por Sociocracia e os Pais são os maiores responsáveis por fazer a escola se manter funcional em todos os aspectos: financeiramente e estruturalmente. O corpo pedagógico dita as regras, como a alimentação adequada das crianças, as festas fixas no calendário, as práticas de sala de aula, etc.
Como Pais somos responsáveis por levar uma fruta ou verdura toda segunda pela manhã, por limpar, pintar e reformar a escola e por garantir que tudo esteja bem para que os professores (ou jardineiros) possam fazer o seu trabalho.
Essa escola para mim, representa essa regeneração do cuidado que tanto falamos e queremos ver na sociedade, ela dialoga com o texto nesse sentido. Ali o cuidado e a atenção estão sempre presentes. Homens e mulheres trabalham em par de igualdade dividindo as tarefas e se revezando na gestão escolar.
Meu protótipo é uma homenagem a essa escola, que resiste e mantém valores fundamentais como o pensamento coletivo e comunitário, o livre brincar, a divisão de tarefas e a não mercantilização da educação.
Acima temos o mural com as imagens reais da escola. Para deixar o protótipo mais bonito e estilizado, pedi ajuda à inteligência Artificial e a agradeci ao final. Ela respondeu. Estamos indo bem.
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