Cem sentidos: uma atmosfera multissensorial
- mairalopespenteado
- 16 de abr. de 2024
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de set. de 2024
No início da elaboração do primeiro protótipo, após a leitura do texto sobre design
experimental, ainda não tinha em mente o que iria fazer e quais materiais utilizar para isto. Foi
então que enquanto lavava louça, começou a tocar no rádio uma música dos Engenheiros do Hawaii
- Ninguém é igual a ninguém, falando “há tantos quadros na parede, há tantas formas de se ver o
15o Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, Manaus (AM)
mesmo quadro, há tanta gente pelas ruas, há tantas ruas e nenhuma igual a outra, ninguém é igual
a ninguém...”.
Foi então que decidi pintar um quadro a partir desta canção, que de acordo com meus
conhecimentos prévios sobre Polifonia e exotopia, neste momento, eu estava sendo o que Bakhtin
descreve como destinatário superior. “(...) é aquele que antecipa a compreensão de um enunciado,
quer dizer, prevê sua compreensão, num espaço metafísico ou num tempo historicamente
distante”. (Jobim e Souza, 1997, p.110).
O texto fala sobre atmosferas e o fazer design de maneiras experimentais com elaboração
de protótipos e apresenta uma situação de desconforto da personagem Ana em seu grupo social e
demonstra a singularidade de cada indivíduo nas diferentes formas de se fazer, sentir e perceber.
(<OCULTADO, 2023).
Meu argumento foi demonstrar que cada um possui um olhar e dialoga de diferentes formas
com o mesmo objeto. A partir daí, surgem múltiplas vozes que se entrelaçam em busca de sentidos
para a experiência que estou vivenciando. Para isto, utilizei uma essência de jasmim e uma música,
sobre o que eu gostaria de expressar e, também, a participação em diálogo com os colegas da turma.
Nesta experiência, os participantes puderam usar livremente tanto a visão, tato, olfato e audição
(além da habilidade da escrita/interpretação criativa do que estava sendo apreciado), em uma
palavra ou expressão que descrevesse sua experiência
Meu argumento para criar este protótipo, foi demonstrar que cada um possui um olhar e dialoga de diferentes formas com o mesmo objeto. A partir daí, surgem múltiplas vozes que se entrelaçam em busca de sentidos para experiência que estão vivenciando.
Utilizei uma essência de jasmim e uma música, sobre o que eu gostaria de expressar e também a participação em diálogo com os colegas da turma.
Nesta experiência, os participantes puderam usar livremente
tanto a visão, tato, olfato e audição (além da habilidade
da escrita/interpretação criativa do que estava sendo apreciado) em uma palavra ou expressão que descrevesse sua experiência.
Surgiram alguns desvios/desafios durante a criação, ao longo do processo: primeiro a decisão entre prototipar uma poesia sobre o comportamento de Ana (a personagem do texto) e a sensação de não pertencimento ao grupo.
Mas, depois decidi elaborar uma dinâmica a partir de uma música ninguém = ninguém, dos Engenheiros do Hawaii. Porque a música fala sobre termos diferentes perspectivas sobre o mesmo quadro e assim pela primeira vez na vida expressei artisticamente o meu pensamento por meio da técnica de pintura.
"SER significa
ser para o outro.
E, através dele,
SER para si."
BAKHTIN
Como dinâmica pedi para que cada um dos colegas escrevesse em uma palavra ou expressão o que os elementos: o quadro, a música e a essência lhe transmitia naquele momento, consequi perceber que estes agentes e atores, possibilitam com suas apreciações e contribuições.
E assim, nasce um desencadeamento da construção de uma “aura”, ou, atmosfera como processo para abertura de um diálogo que sugere continuação. Quando estava terminando o vídeo para postar neste blog, incluí uma música ao fundo...
MÚSICA: Ninguém é igual a ninguém.
PROTÓTIPO: Pintura em tela e uma folha de caderno anexada ao desenho.
MATERIAIS: Pintura com tintas coloridas, rodinho de pia, pincel, tela branca fita adesiva, uma tesoura, uma folha de caderno, caneta e essência de jasmim.
TÉCNICA DESENVOLVIDA: Por traz da pintura abstrata consta a palavra POLIFONIA que foi escrita com pingos pontilhando cada letra de forma colorida e a técnica foi passar no sentido contrário o rodo de pia.
EXPERIMENTAÇÃO IMPROVISO: No início não iria pintar de azul a outra metade da tela, mas como as pessoas iriam escrever palavras e expressões pensei que ficaria interessante “sugerir” implicitamente uma nuvem (azul) de palavras.
REGISTROS NO PROTÓTIPO NA ORDEM EM QUE FORAM ESCRITOS: Beleza, Infantil, Fim de tarde de verão, Jardim, Histórias de primavera, Folha e cheiro, Abraço na alma, Carinho, Criativo, Estação de verão, Neon, Profundidade, Histórias, Loja de cama e banho, Espuma, Fluxo, Cor, Doce, Movimento e calmaria e Verão.
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