Amor e alma. Escuta e cuidado.

A partir do momento que se coloca preocupação e cuidado, altera-se a carga afetiva do pensamento. É mais difícil não se importar. Preocupação e cuidado é mais do que interesse, é intencionalidade de ação, é atenção com os outros, sejam humanos ou não-humanos.

Cuidado exige curiosidade sobre o outro, exige escuta. A crítica pela crítica não constrói pontes, as queima. O cuidado e a escuta colocam alma nos processos, nos artefatos, nas relações.

O cuidado é assimétrico. Dá muito mais, e às vezes sem receber, e passa despercebido. Faz a vida funcionar e fazer sentido. É o cuidado com a tecnologia, com aqueles que a criam, com aqueles que a utilizam e toda rede envolvida.

O cuidado é reconhecido como feminino (somente?). E quem cuida de quem cuida?

O protótipo brinca com o caos, o grito, a violência em contraponto com o cuidado, com o amor, com a escuta. A falta de tolerância, a polaridade, a robotização das atividades e da nossa vida em contraponto com o olhar de amor e cuidado, com a preocupação genuína com o outro, a construção conjunta e a evolução coletiva.

Com intencionalidade e cuidado, o coração produz, compromete, engaja. Desenha com cuidado para mim e comigo, sou incluída.

Afinal, a sustentabilidade da vida depende de cuidado.

Depende de amor.

Texto e protótipo inspirados no texto: Puig de la Bellacasa, M. (2011). Matters of care in technoscience: Assembling neglected things. Social Studies of Science, 41(1), 85–106.