A linguagem é a morada do ser
- giulialocatelliesi
- 16 de set. de 2021
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Protótipo 2
Heidegger afirma que “a linguagem é a morada do ser” (2008, p. 326), ou seja, o ser humano habita a linguagem a todo momento. É possível dizer, com base nessa afirmação, que o ser se constitui através da linguagem, pois é ela que possibilita que se formule uma compreensão autoconsciente de si mesmo para que se possa interpretar a existência de algum modo (sendo a linguagem, inclusive, condição de possibilidade para que se possa interpretar qualquer coisa no mundo). A interpretação, por sua vez, é a forma que possuímos de compreender algo, guiada por nossos pré-conceitos e limitada pelo horizonte de sentido/uso daquilo que estamos interpretando.
Tendo isso em vista, se nós constituímos a nossa experiência da realidade através da interpretação, é possível compreender que sempre há um processo criativo em nosso contato com ela, pois cada indivíduo é único e possui uma existência diferente de todas as outras. Se sempre há um processo criativo na relação do sujeito com a realidade, é preciso que haja uma reflexão sobre como agir sobre ela, haja vista que nem sempre as consequências podem ser favoráveis, e é nessa esfera que atua o design ontológico. Além de estar fundamentado na compreensão exposta acima, para a autora do texto, todos projetamos o nosso mundo em alguma medida, pois estamos constantemente agindo sobre a realidade de forma que ela é alterada por nós e também nos altera.
O presente protótipo explora, portanto, a constituição da experiência de realidade. Isso se dá, na medida em que o utensílio (batom) que foi criado para um fim específico, tem sua função comum destituída para dar lugar a uma nova, que se estabelece no uso que o sujeito faz dele: escrever sobre o papel. Sendo assim, é constatado que a função das coisas está submetida a relação que o sujeito constituirá com ela, ou seja, qual uso fará dela ao mesmo tempo que evidencia a existência do horizonte de sentido/uso da mesma.
Protótipo realizado a partir do texto: WILLIS, A.-M. (2006). Ontological Designing: laying the ground. Design Philosophy Papers, 4 VN-re (2), 80-89.
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